Em um dos maiores escândalos de corrupção na história de Timbaúba, o presidente da Câmara Municipal, Josinaldo Barbosa (PTB), e o vereador Felipe Ferreira Lima (Cidadania), junto com mais oito servidores, foram condenados por corrupção passiva, peculato e formação de organização criminosa. As práticas ilícitas ocorreram entre 2019 e 2022, abalando a confiança da população na integridade dos representantes públicos.
Organização Criminosa Estruturada
Segundo a documentação judicial, os dez condenados “integraram organização criminosa, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com o objetivo de desviar dinheiro público e obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas de natureza financeira oriundas da Câmara Municipal de Vereadores em Timbaúba.” Essa descrição revela a complexidade e o planejamento meticuloso do grupo para realizar os desvios.
Modus Operandi do Esquema
A investigação detalhou que a verba indenizatória destinada à realização de serviços extraordinários era desviada dos cofres públicos. Esse valor, que deveria ser usado para pagar funcionários da casa legislativa por horas extras, era repassado ilicitamente ao então presidente da Câmara, Josinaldo Barbosa, e ao vereador Felipe Ferreira Lima. “Todo este valor era ilicitamente repassado ao então presidente da câmara, Josinaldo Barbosa de Araújo, e ao vereador Felipe Gomes Ferreira Lima”, revela a investigação.
Sentenças Exemplares
Barbosa, afastado de sua função, recebeu a maior sentença: doze anos, cinco meses e dois dias de reclusão em regime fechado. Felipe Ferreira Lima e o tesoureiro da Casa, Jessé de Andrade Queiroz, foram condenados a nove anos, sete meses e cinco dias de prisão. O trio é considerado os líderes da organização criminosa. “Todos em concurso de pessoas, desviaram, em benefício próprio e alheio, valores da Câmara Municipal de Vereadores de Timbaúba/PE referentes ao pagamento de salários e de verbas indenizatórias de servidores comissionados (horas extras)”, destaca o texto sobre a atuação do trio.
Condenações dos Demais Envolvidos
Os demais servidores condenados, Aline Brito de Miranda Lima, Selma Lucia da Silva, Ana Carolina Melo Sena Rocha, Elaine Cristina Barbosa da Silva, Mario Luiz Porto de Lucena, Augusto César Teixeira Caldas Filho e Jefferson Araújo Gomes, receberam sentenças de seis anos e dez meses em regime semiaberto. Essas penas refletem a participação e o grau de envolvimento de cada um no esquema de corrupção.
Absolvições
Nem todos os acusados foram condenados. O funcionário Elias de Araújo Rocha Neto e o empresário Hoosemberg José dos Santos foram absolvidos das acusações, indicando que não houve provas suficientes para implicá-los no esquema.
Impacto e Reflexões
Este caso destaca a necessidade de transparência e responsabilidade no uso de recursos públicos. A condenação desses indivíduos envia uma mensagem clara sobre as consequências de práticas corruptas e reforça a importância de mecanismos robustos de fiscalização e controle.
A população de Timbaúba espera que essa decisão judicial traga mudanças significativas na administração pública local e sirva como um alerta para outros gestores públicos sobre a importância da ética e da legalidade em suas funções. O combate à corrupção é fundamental para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de maneira justa e eficaz, beneficiando a sociedade como um todo.
