Todas as 180 famílias que vivem nas palafitas onde ocorreu um incêndio no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, não voltarão ao local e receberão auxílio financeiro até que a prefeitura disponibilize moradia definitiva para elas. A desocupação do local foi anunciada nesta quinta-feira (12) pelo prefeito João Campos (PSB) após uma reunião com representantes da comunidade (veja vídeo acima).
O incêndio ocorreu na tarde de 6 de maio, entre as pontes Agamenon Magalhães e Paulo Guerra, principais ligações entre a Zona Sul e o Centro do Recife. Ao menos, 40 palafitas foram destruídas pelas chamas. As causas do fogo não foram divulgadas.
De acordo com a prefeitura, houve um acordo com os representantes dos moradores e as palafitas que não foram atingidas pelas chamas também serão desocupadas.
Por isso, todas as famílias que vivem no local vão receber um auxílio pecúnia de R$ 1,5 mil, em parcela única, e também um auxílio-moradia de R$ 200, até moradias definitivas serem disponibilizadas para elas, ainda segundo a prefeitura.
A administração municipal informou que as palafitas serão desocupadas após o pagamento do auxílio pecúnia, o que deve ser feito até o fim de maio.
"A gente também vai começar ainda no mês de maio, junto com a comissão definida pelos moradores, a fazer um projeto de urbanização da área. A gente vai construir uma solução definitiva com diálogo e participação ativa dos moradores", afirmou João Campos.
O local continua recebendo as ações de assistência e saúde oferecidas pela prefeitura. Para os imóveis em alvenaria, técnicos da Autarquia de Urbanização do Recife (URB) devem realizar, neste mês de maio, vistorias técnicas nas casas para identificar eventuais benfeitorias a serem indenizadas.
"As casas que são construídas de alvenaria receberão uma visita da URB para fazer uma avaliação técnica para a gente poder, de maneira justa e criteriosa, tomar as medidas necessárias", disse o prefeito.
Investigações
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram no local três dias após o incêndio. Eles tiraram fotos e reuniram elementos para ajudar nas investigações.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações são conduzidas pela Delegacia de Boa Viagem. Na segunda-feira (9), a corporação informou que, "no conjunto dos trabalhos, haverá coleta de depoimentos, elementos e perícias técnicas no local".
O g1 entrou em contato com a polícia, nesta quinta-feira (12), para saber se houve avanço nas investigações, se já se sabe o que provocou o incêndio e quantos depoimentos foram colhidos até então, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Protesto
Na segunda (9), um grupo de moradores das palafitas do Pina realizou um protesto em frente à sede da prefeitura pedindo o aumento no valor da indenização oferecida e também fazendo outras reivindicações. “O povo quer casa", dizia uma faixa (veja vídeo acima).
Veja galeria de imagens
Uma comissão participou de uma reunião com o executivo municipal. Os manifestantes pediam que a indenização de R$ 1,5 mil para cada família fosse de, no mínimo, R$ 3 mil. Eles demonstravam preocupação sobre onde iriam morar.
Solidariedade
Por causa do incêndio, uma rede de solidariedade foi formada. Quem quiser contribuir pode procurar entidades que estão ajudando os moradores (veja vídeo acima).
Confira os endereços:
Mãos Solidárias: Armazém Do Campo - Avenida Martins de Barros, 395 - Santo Antônio
Coletivo Pão e Tinta: Rua Vila Teimosa, 28 - Pina
Projetos Amigos do Pirrita: Bar Da Fava - Avenida Doutor Dirceu Veloso Toscano De Brito, 14 - Pina
Livroteca Brincante do Pina: Rua Arthur Lício, 291 - Pina
Instituto Vizinhos Solidários: Rua Souto Filho, 118 - Pina
Paróquia do Pina: Avenida Herculano Bandeira, 471 - Pina
Central Única das Favelas: Avenida Norte, 5300 - Casa Amarela